terça-feira, 20 de outubro de 2009


Artigo-Vertebrados:Aspectos Evolutivos

Arte: Maurílio Oliveira

O maior avanço na história dos vertebrados foi a evolução dos processos fisiológicos que possibilitaram a construção de um esqueleto composto por fosfato de cálcio (osso). Primeiramente esta capacidade ficou limitada à superfície do corpo, aos tecidos dérmicos, mas posteriormente estendeu-se aos tecidos esqueléticos, provavelmente de origem mesodérmica. Os tecidos ósseos fossilizaram mais facilmente do que os tecidos moles, e o registro fóssil dos vertebrados é extenso após a evolução do osso (POUGH, 2008).

Segundo Pough (2008), os fósseis mais antigos dos vertebrados datam do Cambriano superior e médio Ordoviciano, entre 40 e 125 milhões de anos antes do período no qual os fósseis de vertebrados tornaram-se abundantes.

O registro fóssil dos primeiros vertebrados estimula nossa curiosidade sobre mais informações. Estes fósseis revelam muito pouco sobre o curso da evolução, desde os primeiros vertebrados do Cambriano até o repentino aparecimento da ampla variedade de Aganatha e formas mandibuladas do Siluriano superior. Estes fósseis não esclarecem sobre a evolução da organização dos vertebrados a partir de um ancestral invertebrado. Também não esclarecem a evolução dos vertebrados mandibulados a partir de seus predecessores Agnatha (POUGH, 2008).

Muitos biologistas admitem que os vertebrados foram o último grupo animal a aparecer. A ausência de fósseis de vertebrados em rochas mais antigas que as do Cambriano superior permite apenas especular sobre a história dos primeiros vertebrados. Muitos outros filos animais apareceram 50 milhões de anos antes, e fossilizaram em rochas cambrianas e não sofreram distorções causadas pelas forças geofísicas, o que permitiu a existência de bons materiais fósseis. A hipótese mais aceita é a de que os primeiros vertebrados eram, com certeza, animais pequenos, de corpo mole e cuja existência não foi registrada, pois as condições necessárias para a fossilização dos tecidos moles eram raras (POUGH, 2008).

Talvez a falta de fósseis mais antigos de vertebrados esteja relacionada a um tipo particular de habitat onde viviam os vertebrados, e que era impróprio para a fossilização. Muitos pesquisadores, que estudam a evolução dos vertebrados, propuseram que os vertebrados evoluíram em cursos de água doce. Estes ambientes límnicos sofrem erosão, e não ocorre deposição de sedimentos, são consequentemente impróprios para uma boa fossilização (POUGH, 2008).

Entretanto, a análise da estrutura dos fragmentos ósseos, por meio da difração por raios-X, indica que estes vertebrados fossilirazam exatamente no mesmo local onde são encontrados atualmente.

Portanto, as análises espectrográficas determinam, de maneira precisa, os elementos químicos incorporados ao material fossilizado. O boro é um elemento importante na determinação da salinidade do ambiente durante a sedimentação. Reconstruções ecológicas adicionais por meio da antiga análise estratigráfica, comparam os fósseis existentes em uma formação com outros e talvez com coleções melhor conhecidas de fósseis de outros lugares (POUGH, 2008).

Temos que responder ainda a uma questão: por que os vertebrados apareceram tão tarde no relato fóssil? A hipótese mais aceita, mas a mais difícil de comprovar é a de que os primeiros vertebrados e sua diferenciação evolutiva ocorreram num ambiente que impediu a fossilização dos tecidos moles.

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